Escrito por Andressa Lavor, voluntária e mensalista
Muitas vezes somos limitados pelo que está ao alcance dos nossos olhos e nos vemos reféns do que conhecemos, do que nos foi apresentado e do que acreditamos ser o correto. Ter a oportunidade de conhecer e aprender com novas pessoas, experiências diferentes e visões de mundo diversas das nossas é extremamente enriquecedor. Isso nos faz perceber que é possível, mesmo quando a estrutura socioeconômica sugere o contrário.
Eu, em particular, tive alguns degraus em minha trajetória, e um deles foi minha mãe. Apesar de meus pais terem baixa escolaridade, desde muito cedo fui incentivada a estudar, independentemente do que fosse. Se fosse gratuito ou se minha mãe pudesse desembolsar um pequeno valor, lá estava eu. Desde aulas de dança e teatro aos 6 anos, até informática e cursos de línguas aos 14. Isso só foi possível graças à generosidade de algumas pessoas em compartilhar esses conhecimentos de forma gratuita ou quase gratuita. Só pude conhecer e entender do que gostava porque outras pessoas se dispuseram a isso. Mesmo que minha mãe soubesse o que era importante para a vida, ela não teria condições de pagar por cursos caros.
Infelizmente, esse incentivo que tive dentro de casa é raro. Um espaço educacional como uma escola comunitária, que visa apresentar diversas áreas e culturas, nos permite enxergar mais do que imaginamos, ajudando-nos a trilhar um caminho de estudo e mostrando que sim, é possível. Escolas comunitárias são um degrau gigantesco e importantíssimo para a formação de muitas pessoas. Além de ajudarem no desenvolvimento psicológico e técnico em diversas áreas, esses projetos também ensinam valores, colaborando para que crianças e adolescentes busquem o seu melhor e não optem pelo caminho aparentemente mais fácil.
Dentro de minha mãe existia uma chama acesa de transformar minha vida para o melhor que ela pudesse. Assim como a comunidade VIVA faz com muito êxito e amor. Sou grata por cada curso e conhecimento que obtive de forma gratuita, pois sem eles, meus pais não teriam conseguido me proporcionar o acesso a diferentes perspectivas que a vida oferece. Continuo com uma semente que foi plantada em mim aos 6 anos de idade, e agradecendo por poder fazer parte dessa transformação de vidas, cheia de esperança numa nova colheita.
Andressa é voluntária recorrente no Programa Infantil, oferecendo cursos como teatro e cinema para nossas crianças. Ela também planta sementes como mensalista, impulsionando os outros programas do VIVA para que façam diferença na vida de outras pessoas em fases diferentes da vida.